sábado, 28 de agosto de 2021

 Às vezes parece que as pessoas tem medo da gente... E quando vemos no espelho, está lá a muralha. Inofensiva, mas com tantas lascas que tudo parece agressivo, que vai explodir. E explode. Mas por dentro. E depois tenta ser flor por fora. Mas já é pedra, já deixou esvair os rios, deixou calar o encanto. Só os ventos permanecem, pq eles passam por qualquer lugar, eles se esgueiram por entre os abismos para passar por nós, nos empurrar num esforço de sermos mais. E tentamos. Ato falho. Inúmeras vezes, chances perdidas, cabeça em chamas. E descobrimos que quem tem medo somos nós. E tudo apaga.

domingo, 25 de julho de 2021

Será que saberei estar fora e ainda assim, achar-me em mim?

Será que no vazio das coisas mundanas ainda acharei sentido em fartar-me?

Será que a ânsia súbita de evadir-me de tudo pode também levar-me ao ponto ideal?

Será que enquanto aqui, também não estou eu aí dentro? E por vezes bata o coração descompassado pensando o mesmo?

Será que o inverno levou-me ou eu tentei me buscar onde estava com raízes?

Será que amanhece sol em minh'alma essa noite? Ou talvez no badalar das horas se revolte mais meu coração...?

Será que em pleno suspiro, minha voz repense o andar e cale mais uma vez?

Será mais um inverno de marcas que nunca se vão? Ou até mais um falso estado solar de uma alma em chamas?

Será correto sentir e agir como tudo fosse fácil e tentar integrar no caminhar o peso de não conseguir se sustentar?

Será o poder do invés agindo em mim como sempre fora? Ou será eu sentindo mais um chute no estômago por burlar minhas próprias leis?

Será como o passado agindo no agora pra mudar o depois ou já o havia feito e nos condenou a todo resto?

Será que ainda sei ordenar as palavras para o entender completar meus olhos?

Será que um dia soube?