Ao tempo, como ele é.
Um reflexo de outrora invade minha calma. Alma pulsante em êxtase, náufrago em terra. Deixo esvair meu último suspiro, não menos importante que o instante anterior. E tal qual liberta que sou, desejei voar. Atei-me ao chão. Nem sempre a terra é firme em nossos pés. Uma voraz com a delicadeza de um soco no estômago.
A beleza de ser o que nos trai toma o papel principal, e como fui tola. Encenei tantos papéis que me perdi. Seria o tempo capaz de tantos desencontros?
O sagrado e o perverso nunca me pareceram tão sinônimos. Enchi-me de duelos solitários, vaguei à beira do abismo, me deixei escapar. Agora o que resta está nesse corpo que me cobre, nesse rosto que me mostra, nessa fala que me cala. Fui tempo. Sou brisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário