Não me faz bem estar aqui.
Não por tudo que me vem na cabeça, mas por tudo que me saiu.
Estive certa de que seria do mesmo jeito até o fim, mas o fim acabou chegando cedo. Pela falta ou excesso de mim mesma.
Excessos da angústia que me fazia morrer a cada dia, falta da minha verdade. Não por não ter-me, mas por não conseguir fingir me ter. Me fiz dona de toda tolice e percebi que talvez seja isso. Tolice minha.
Mas a cada passo que tento dar, me voltam dois.
Quero vida ao vento, sol na cara, riso na alma. Mas é tanta escuridão meu ser.
Ser de açúcar, logo de desfaz... Castelos de areia, caminhão de esperança, colorido que me escapou. Vivo o preto e branco, sonho em negrito. Grito. Me jogo, jogo com a vida. E alguém esperava que fosse mais? Talvez eu esperasse. Mas em algum canto, alguém esperava também. E me fez morrer.
Não me fez bem estar. E não fiz bem estando.
Caí em tantos barrancos que fui perdendo minha própria essência. Ou a deixei exalar demais.
Talvez seja bom, ou me faça cair mais fundo. E se toda a lágrima que deixo cair me fizer serena, digo que tento. E tento pra não parecer tão tola. Porque sei o quanto tudo isso não afeta somente a mim.
Mas me faz perder um pedaço que eu já não tinha.
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