domingo, 10 de agosto de 2025

Em troca de todo troco honesto

Em volta de cada traço de sorte 

Acima de todo gesto de esperança 

Há de haver um eu que me encontra e ri

Que cala o medo

Que acalma o caos

Que gerencia esse emaranhado

Entre tragos e pouca coisa

Por dentre as frestas e ao redor do que me corrompe

Hei de ser

Hei de estar

Hei de seguir

E assim sem muito, ou até um pouco demais

Com toda graça que um dia me coube

Visto meu papel

Armo meu espetáculo 

Enceno a vida

Como quem ainda prepara seu primeiro ato

Lento, confuso, dilacerante

Como quem não ousa dizer mais que meia dúzia de palavras, e no seguinte passo tropeça no errante dicionário mundano.

E o tempo me toma

O tempo me disseca

O tempo me joga de volta

E com o mar de vidas que me cerca

Com os braços erguidos ao futuro

Brindo o agora 

E o agora

E o agora...


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