Em troca de todo troco honesto
Em volta de cada traço de sorte
Acima de todo gesto de esperança
Há de haver um eu que me encontra e ri
Que cala o medo
Que acalma o caos
Que gerencia esse emaranhado
Entre tragos e pouca coisa
Por dentre as frestas e ao redor do que me corrompe
Hei de ser
Hei de estar
Hei de seguir
E assim sem muito, ou até um pouco demais
Com toda graça que um dia me coube
Visto meu papel
Armo meu espetáculo
Enceno a vida
Como quem ainda prepara seu primeiro ato
Lento, confuso, dilacerante
Como quem não ousa dizer mais que meia dúzia de palavras, e no seguinte passo tropeça no errante dicionário mundano.
E o tempo me toma
O tempo me disseca
O tempo me joga de volta
E com o mar de vidas que me cerca
Com os braços erguidos ao futuro
Brindo o agora
E o agora
E o agora...
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