quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

 Morri.

A pressa da alma me fez falir. O peso da calma nunca me coube. Em tantos lugares quanto me depositei viraram ruínas. Em cada suspiro o desfalecer desse coração descompassado.

Morro. 

A cada segundo que espero, cada palavra que suplico, cada ação que me sequestro.

Não existe outro eu, vejo agora o duro golpe que me aguarda. Ser meio inteira, sem ser toda sua.

Morrerei enfim, que nada mais me vale... A não ser teus olhos, quando me cercam comprimidos em riso fácil. E tua boca, que diz tudo o que eu quero, sem nem ao menos me tocar.

E depois, renascerei, com a brisa leve do teu sussuro em meus ouvidos. E o toque suave de seus dedos em minha face.

Estarei, enfim, viva.


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