quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

 Engana-se quem tenta ler,

Porque é canto, é brisa, é eco.

Entre teus devaneios se vai o belo,

Descalço em terra de cacos.

Engana-te porque queres que assim seja:

Tua razão acima da ternura.

E perdes, que quem joga uma hora perde.

Escolhe por fora, desconhece e ignora o interior, que digo-lhe: vale mais.

Engano-te, não por escolha minha, mas porque teus olhos já escolheram a direção errada.

E veja bem, se perguntas eu respondo. E esse é o ponto fraco, pois não queres saber.

Por isso canto, o que sai de dentro me parece melhor aos olhos certos.

Tu me enganas, e eu, certa de mim, conheço mais a fundo a verdade que carregas.

Deixei-te.

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