quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

 Eu amo as nuances. Os devaneios. O imperfeito. E talvez isso me custe um tanto.

Porque na percepção de perfeição que me cobro, deixo para os outros o leve, o necessário. E cansa um tanto.

Sempre poder não é um dom, é fardo. E carrego sozinha, que não cobro de outrem a carga que me cabe.

Vezes suspiro, vezes engasgo.

Das quimeras, a indispensável atenção de trato, o afago que vai além corpo, o respeito que perdura.

Dou de mim o que tenho, e nada posso querer se noutro eu não há espaço para receber.

Continuo amando, tentando o equilíbrio, errando alvos. E por vezes o prêmio não vem para quem atira. Tornei-me alvo de minha ânsia, e fui despedaçada por flechas que não eram para mim.


Nenhum comentário: