quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

 Se viro o avesso, o que encontro?

Se espero calada, dilacera o que resta. E é pouco, finito, arredio.

Meu gole de pressa, meu furor na calmaria, minha quimera perdida.

Esse é o avesso que eu queria: _ 3 inteiros do teu eu.

Mas a vida sabe que as metades me condenam no pra sempre.

Errante ser, meu erro é pensar-te mais. E ninguém o é.

Continuo calada pois as chamas te fariam sucumbir. Não quero ser teu fim.

Se me vires claramente, saberá que não é a dificuldade que te atrai , tão pouco o medo. É o real, o que cabe, o que encaixa.

Feito tudo o que alcancei, suprimi o que ainda cabia e fiz de mim baú de ilusões. Elas me tomam loucamente sã. Sei bem do mundo que me cerca.

O avesso é esse que vos mostro, que nada me convém esconder. Sou carne e osso, sentimento e loucura. Dessas que penetram fundo e te assolam sutilmente, escarnecem com doçura sua dose de caos.

Sei quem és. E não tenho medo. De todos os danos, escolhi o amor.

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